quarta-feira, julho 26, 2006

A um passo da eternidade


a um passo da eternidade estou
só de imaginar as fantasias sensÍveis
que sinto quando seu amor navega no meu
seu tempo no meu ser
minha vida a lhe proteger.
separo corpo e alma
pra permanecer dentro de você
duas vezes...
minhas vividas e poderosas razões,
alternância de minha paixão ambígua.
a um passo da eternidade estou
só de sentir desordenadas razões
desse amor capaz de acolher,
a incoerência da vida,
a surpresa de todos os dias
aprender e gostar,
tê-la no meu viver.
revoluciono meu conceito de querer
porque meu desejo claro, distinto, indubitável
é contentamento..alegria particular.
a um passo da eternidade estou
porque nos caminhos que traço
sei de você no meu viver
não há mais enigmas.
meu tempo, já não mais carregado de melancolia
hoje é marcado por recordações
dos dias desse querer
destino e acaso que me ligam a você
em todos os desejos a reconhecer.
a um passo da eternidade estou
incendeio meu corpo, minha boca
levemente tocando você,
corrompo e perverto minhas mãos
para acariciar a delícia do seu sono
nele quero morrer...
em lençóis de seda...
sons quietos que me entregas,
sinto arder espera, verdade de prazer.
um passo na eternidade é onde vou estar
quando sua boca me chamar,
seu corpo delirar,
você morada de mim permanecerá
no total das horas, pertenço a você.

FOTO DANIEL CAMACHO

domingo, julho 23, 2006

Meu Recôncavo


Você é minha diretriz,
Meu consolo.
Vive na minha perspectiva.
É sentido de paixão,
Desejo de meus excessos,
Verdade de consciência,
Resgate de prazer,
Absoluto de minhas palavras
para além dos confins,
A arte de governar minha vida e temporalidade,
Intensidade de minha tolerância com o mundo,
Método de narrativa,
Nexo de meu recôncavo extendido, fértil...
Zona central dos pensamentos,
Cíclico na realidade encontrada, assumida.
O repouso da minha auto-consciência,
Alteridade do realismo,
O breve e o obscuro,
O contínuo e o luminoso,
O giro contrário dos relógios,
Uma louca tempestade...
de sede,
de perturbação,
de calor,
de força,
de fome,
de tremor,
de carícias,
de seu sexo gostoso... meu.
FOTO HUGO LUCAS

sexta-feira, julho 21, 2006

dia do amigo



ontem, aqui ao sul da América, na costa leste, comemoramos o dia do amigo.

Esses maravilhosos pedaços de Amor,

que escolho para amar e

ser meus companheiros de jornada.

Sem eles a vida seria tola e insuportável.

Com eles a vida é doce e mais tolerável.

Fica mais leve de ser vivida.

Os amigos pra mim, são os encontros marcados,

o querer sem imposições,

as escolhas espontâneas,

as marcas que faço em minha alma.

Extensão da minha capacidade de ser e amar,

complemento de minha certeza de que

pode valer a pena passar por essa existência.

Próximos ou distantes,

uma vez escolhidos,

eles são para sempre

uma forte razão para eu acordar todos os dias.

a eles o meu AMOR - meu bem único e precioso.

foto hiteck-projests

quinta-feira, julho 13, 2006

Pecado

Escutando sua voz no meu ouvido a falar
Seus olhos nos meus a me fitar
Não sei que música é essa
Que ao longe sinto tocar
Vem a recordação de meu seio
No seu a me esfregar
Já confundo o brilho da luz
Com uma luz recusando-se a brilhar
É o orvalho que cobre às gotas
Do meu suor e vem se misturar
E dentro de mim uivo
Como uma fera que acuada está
Ardo num projeto infindo
De nos seus passos me guiar
Sou tantos sonhos
Como nas inundações
Tantos amores a carregar
Sua mão poderosa, singular
Que me toca devagar,
É o sinal do meu pensamento
Que corre sem passar
Sua carne ardente
Minhas pernas a abrasar
Quente e gelada sou deusa
Que os sinos vem tocar
Minha nudez humana
Misturada a sua boca profana
Faz minha castidade inflamar
O leito onde procuro
Seu vulto inclinar
Retorce meus pecados
Longos de paixão ansiosa
E me pergunto: por que vens ?
Embriagando a madrugada
A estiar o cinza-céu
Não quer ver arrependido
A esperança comovida
De camas em delírio, armar
Para aninhar-me no seu colo
E se pôr a me devorar.
Como viver daqui em diante
Se insistes em ficar
Me enjaulando num verso
Eu, uma fera no seu laço
Acordaçada, sei,
Há muito tempo,
Que era você
Que viria me fazer pecar...
FOTO A. BRITO

segunda-feira, julho 10, 2006

Armadilha


Me sinto perdida na escravidão
do teu amor
Tão amável, tão afável
É uma onda quando vens
Nas manhãs do meu país
Acariciar meus anseios
Lá, onde minha memória
Se tornou viajante eterna
Estou tão solta em você
Atravesso lugares para deitar-me
Sobre seu corpo
Encerro no seu sabor
Sou sua até onde o seu alcance, alcança
E seus olhos em forma de lança
Acariciam minhas costas
E minhas curvas
acoplam-se às suas
Sou voluntária desse exílio
Sou, agora, marca de sua face
Proteção de sua defesa
A magia dos seus dias
Te amo na poesia da lenda
No balanço da rede
Na suavidade da música
Sou menina de sua armadilha.
FOTO A. BRITO

quinta-feira, julho 06, 2006

Amor Antecipado


Meu corpo incendiado
deslumbra minha sombra
sem cicatrizes
a porta levemente aberta
o espelho voltado pra trás
precipitou meu pensamento
na direção do amor,
nas areias quentes...
escrevi cartas,
lacradas ficaram,
para escapar de lhe querer
de nada adiantou
esse amor precipitado
fez estragos no meu controle
Meu corpo incendiado
anuncia o amor antecipado
afasta soluços
deslumbra os compassos
sinto o arrepio feroz na pele
um arrepio que cerca meu espaço
não vai me deixar sair
suas amarras não consentem
não estou dormindo nem acordada
minhas veias aquecem
meus músculos
fui vencida por você
meu corpo incendiado
minha lucidez a tremer
você é meu reduto
roubou minha paixão
desaprendi a resistir
agora me oponho a lutar
respiro você sem censura
retiro as armaduras
para sentir suas margens
meu corpo à rua
vai se derramar todo em você...
FOTO X. Maya 1000imagens

domingo, julho 02, 2006

Cheiro

em homenagem ao mistério dos dias...
Seu corpo tem cheiro de tempestade
Cheiro de tempestade no mar
Mar de agosto cinza, com fumaça
Fumaça que desenha sua silhueta no vento
Vento com gosto de sal, ilusão fosca
Fosca como a neblina que cobre desejo
Desejo de invadir a tempestade
Que está no seu corpo
Quanto mais atravesso a tempestade no mar
Mais profunda é a razão
Mais macia desliza a mão que verdadeira
Mistura o mar, o agosto e o cinza.
A poeira de sal é uma ilusão que tento tocar
A água é forte mas não intimida
A realidade é dolorosamente fria
E o mar parece um manto de pedra
Inatingível, quase desaparece sob a neblina
E os sonhos cercam meus cobertores
Cobertores coloridos destoando do verde mar
Não aquece a estonteante realidade fria
Como alcançar o negro dos seus olhos
Portal de segredos e histórias
Se a tempestade me carregou mar adentro
E me contou sobre o cheiro
No cinza de agosto.
FOTO www.earth-photography.com marroco-rabat-night.jpg