sexta-feira, dezembro 29, 2006

o seu poema

luís miguel

....o amor, a dor, os passos, a amizade, o amor.....

Esse ano vivi o inimaginável...uma dor profunda me partiu ao meio...me vi tão perdida..me senti tão só que por um momento cheguei a esquecer como eram as pessoas. Fui aonde não imaginaria que existisse...fui ao mais fundo de mim e encontrei um vazio...porque a dor arrancou-me tudo. Perdi o caminho de volta e não restava mais nada. Mas viver é surpreender-se e o impossível aconteceu...sou testemunha. Achei o caminho de volta...palavras ...palavras que vinham de tão distante , como eu estava, vieram me socorrer...e do
nada o encontrei. Passo a passo, lentamente fui recuperando os pedaços de mim:

pedaços de minhas certezas, pedaços de meu querer, pedaços de meu pensar, pedaços de meu sentir, e os pedaços de minha alegria...

Até hoje ainda estou retornando. Há dias em que sinto uns passos dado atrás , mas tenho um dia seguinte onde os recupero e avanço. Não perdi qualquer coisa, perdi o único amor concreto e certo que tive e senti. O bsoluto, o todo, o completo, o que foi /é o maior , o melhor, o que me colocou de pé e me fez acreditar em viver. Esse amor perdi ...no dia a dia, no tocar...no ouvir...no ver...o perdi ...

Perdi meu pai.

Não voltei a mesma, muita coisa ficou lá naquele vazio...talvez até para que eu me iluda com a idéia que não há mais vazio dentro de mim. Não importa. Lá ficaram. Foi necessário. Não conseguiria trazer tudo. Não poderia, como não sou, ser a mesma pessoa.

Recuperei a minha consciência e recuperei a força para suportar a dor. Isso foi o primeiro passo.

Recuperei a clareza de idéias e compreendi o que era uma dor. Esse foi o segundo passo.

Recuperei a visão do dia, das coisas, seu peso, seu sabor, suas consistências, os cheiros. Esse foi o terceiro passo.

Recuperei as diferenças, noite - dia, claro e escuro, dentro e fora, sim e não, o ambiente, o espaço, meu sentir, meu ver, meu querer Esse foi o quarto passo.

E recuperei a alegria quando por fim distinguir saudade de tristeza. Percebi que ainda tenho amor dentro de mim e recomecei a amar. Esse foi o último passo.

Uma estranha luz atravessou -me a vida...Nela encontrei uma sensação que só hoje sei como possa nomea-la: amizade. Porque essa luz/amizade reeducou o meu viver, reeducou o meu pensar, reeducou o meu ver. Para preservá-la , acordo todos os dias lutando comigo mesma para ser uma pessoa livre, simples, serena.

Muitas palavras foram e ainda são necessárias, uma verdadeira construção ou uma reconstrução de mim. Mas fiz as pazes com a vida, fiz as pazes com minha força interior.

E assim amando a minha luz vou recuperando-me da dor do amor que perdi. Ainda são passos , mas são passos mais leves, mais seguros.

2007: prevaleça o amor, a amizade.

***

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

São Salvador - Bahia

quarta-feira, dezembro 27, 2006

o deserto que é...



vou

sou deserto ...sou feliz

dias que passam lentamente

ponto de partida

ser-na-vida

a alegria do deserto

quente ...vibrante...

consciência plena do amor

que me leva ao azul-céu

ou na terra-cor

é o ar

é o bérbere

é o sol-calor

dos dias no deserto

inesquecível deserto

que me perdi,

tantos risos que vivi...

http://gloriaesixtus.blogspot.com/

sábado, dezembro 23, 2006

minha flecha

angelica
que momento é esse que me toca
cegos impulsos
selvagens impulsos
no amor que derramo sobre você
insisto ...

és a natureza das coisas
meu não-lugar
domínio que me desabriga a abrigar
seu desejo?
é uma flecha
atravessa a linha do meu existir
desobedeço
é o amor insensato,
corrosivo,
incompreendido,
a ludicidade no atalho do que preciso entender

diluído em diálogos
a coragem em que digo
acabaste os dias cinzentos
ensinou-me o risco
e afinal...minha sanha de viver
destino reservado
minha ligação tempestuosa com o carinho
o desejo de sempre ser
a paz de me reconhecer...

amo loucamente
como se cada momento
último fosse
e todos os argumentos me levam a você
amor que amo amar
sem medo e sem pressa de ser e estar
porque sou e estou dentro de você
como corrente ,
alter ego,
atalhos que levam ao fim de cada dia
em que vivo
a pronunciar seu nome
nas estradas que por aí me levam...

sexta-feira, dezembro 15, 2006

face to face

monizzi

viajo no meu amor

além disso - e certamente também por isso -

não me distancio do sonho

de te-la nos meus braços

amor em laços

que meu árduo viver não vive sem

esse amor que construo

multifacetado,

plural,

sucessivas tentativas de acertar

acertar no amor

com permissiva liberdade

és minha inquietação

a filosofia de minha razão

meu pró - contra

verso,

anverso,

reverso

da frequência com que o percebo


o amor a crescer...

minha verdade por vezes escondida

por vezes oculta até de ti.

sábado, dezembro 09, 2006

amor que és






Minha chuva
- a força da água que me leva...me arrasta

Meu suor
- gestos para lhe alcançar

Minhas cores
- soltas em papéis com suas letras



minha sombra...
canetas, paroles...
signos, símbolos...
margem...

Minha paixão
- inconsciente amor que atravessa minha vida

Meu alimento
- meu eu levado por mim a ti... ao seu eu. nada sou sem ti- nada sei de mim- tudo que quero é estar em ti.


comoção...
libido, lívido...
ânimo imperturbável...
mania pagã...

Minha união
- amor carnal do meu surto medido e sentido

Minha posse
- sem as dores que a posse dá

Meu ver
- és o que vejo, e vejo e sou ...só tenho o que sou


transe...
insáciavel ...
ponto, meio, pormenor...

Meu afeto
- a força que está dentro dele...com, sem domínio

desperto, adormeço
no ir e vir desse amor
não interrrompe meus anseios
amor por ti, quase a completar-me

uma paixão que desorganizou minha individualidade

e a contemplo toda submersa aqui

porque a quero tanto

que perdi a noção de mim

amor que és

toda, parte plena

a me possuir.




foto rafaella