âncora

rui miguel figueiredo

a razão não pode escolher
a dúvida não será corda
ancorei meus dias em tempos
de dores que assolam o mundo
atravesso a madrugada
em quadros dos dias em tempos
de um amor em sequência infinita

carnal , sensual...paixão existencial
a febre embriagada.
meu amor
linguagem dos dias em tempos
de pausas
pressinto a mulher
magia que me percorre ...audaciosa harmonia
que me envolve
despida me seduz num apetite
cobiça dos dias em tempos
de impassível fome
incitas em mim um espetáculo de proteção
deitada sobre a areia me quer seu oceano
sem limites do amor
mexe com minha indefesa
então sou ação de sua expressão
absoluta por vencer esse legítimo querer


vem sem vir

mas quero enlouquece-la
narra-la por mim
numa sedução sem preço
num querer-certeza... que trago... nos meus olhos
a faço minha ....minha areia na noite molhada de mar
e se eu provar que é a mulher de meu amor
representrás minha paz encantada
minhas ações submissas por ti
rumos que não segui.
novamente e novamente
ser a parte de mim que eu nunca tive
ser em dias de tempos
minha suspeição
meu sacrificio
porque a sinto mais que dentro de mim

arrancou terras
devastou céus encobertos
invadiu a resistência passiva
derubou o curso de minha história
destruiu uma cegueira estúpida dentro de mim
para se tornar minha lancinante peregrinação
à pátria que ansia comigo construir
assim a desejo ....
nas caminhadas
sombras de ti
toca-la é estar
no meu poder de ser, para ti... inteira
e ser o mito do meu e do seu amor,

a sua âncora